Papa Bento XVI em audiência no Vaticano neste mês
Alessandra Tarantino / AP
RIO - Em uma decisão que não era esperada por grande parte da
comunidade católica, o Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger, anunciou nesta
segunda-feira que vai deixar a liderança da Igreja, abandonando o cargo
no dia 28 de fevereiro. Em comunicado, o porta-voz do religioso disse que sua força não é mais adequada para continuar no posto
devido a sua idade avançada e que tomou a decisão pelo bem da Igreja. O
Vaticano não quis comentar o caso até o momento e ainda não divulgou
qual será o processo para a substituição do líder. Ratzinger é o
primeiro a renunciar em quase 600 da entidade cristã.
A CNBB recebeu a informação com surpresa. Segundo a assessoria de imprensa da entidade católica, ainda não há uma orientação de como será tratada a renúncia. No entanto, a conferência promete divulgar ainda na manhã desta segunda-feira uma nota oficial sobre a decisão do Pontífice, seguida de entrevista coletiva.
A liderança de Bento XVI começou no dia 19 de abril de 2005.Ratzinger, de 85 anos, nasceu em Marktl am Inn, na Alemanha, no dia 16 de Abril de 1927, e foi batizado no mesmo dia. O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições econômicas. A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis.
Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilômetros de Salisburgo. Foi neste ambiente, por ele próprio definido, que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural.
Ele é o quarto Papa a renunciar ao cargo. Antes dele, o Papa Ponticiano deixou a liderança da Igreja Católica no ano de 235. Depois vieram Celestino V, em 1294; Gregório XII, em 1415.
Somos todos pecadores', disse o Papa um dia antes de renúncia
Um dia antes de divulgar sua renúncia, Bento XVI fez um post em seu perfil no Twitter no domingo, no qual dizia que “somos todos pecadores”. O religioso criou seu perfil no Twitter em 3 de dezembro de 2012.
“Devemos confiar no poder da misericórdia de Deus. Somos todos pecadores, mas Sua graça nos transforma e renova”, afirma a mensagem.
Governo da Alemanha lamenta a renúncia
Logo depois do anúncio da saída de Bento XVI, o governo da Alemanha divulgou nota dizendo que lamenta a decisão de Ratzinger e se sente “tocado” pelo fato.
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